segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Rebelde de "Pirú Duro".

Rebelde de “Pirú Duro”.

Hoje tentam deslumbrar a massa ignara vestindo os fantoches pinoquinhos (arremêdos de líderes) com qualquer vestígio dos autênticos adultos que vieram duns moleques de infância largada, solta, arredia; desbravadores dos territórios onde moravam.
Que moleques eram esses?
Extinto(s), como espécie de bicho raro, lá estava(m):
Short esfiapado, cabelos desgrenhados, sem camisa, atiradeira em volta do pescoço, um saquinho de bola-de-gude dependurado ao lado da cintura, descalço, normalmente “enfezado” e desvencilhado de bandos.
Esse era o aspecto do super-herói mirim; hoje perdido. Quem e quê que se o achava? Como disse Axl Rose em canção “Where do you go, now”; Onde você vai/estava agora, menino? Ou, “Esqueceu que tem que comer?”.
O guri não morria de fome, saía pelos matos e morros; e era laranja, jaca, rolinhas dependuradas nas costas (pra fazer farofa); bebia água que brotava das grutas e de pedras. Quando voltava não tinha tempo pra brigar à toa, nem pra manhas, nem era afeito a mimos; apanhava um naco de pão e um pedaço do que encontrava sobrando. O dia era grande e tinha o que fazer. Na volta, podia encontrar um “zepe” ou um “trango”, prá casar as bolas-de-gude que sobravam (e ganhar algumas outras); ou ainda encontrava vaga num “futi”, num descampado, em que algum cata-à-cata capenga tava dando duro pra ganhar, penando pra fazer um gol; ali é que botava aquela camisa emprestada; quando o pau não comia solto, contra algum time de marmanjos covardes.
Molequim danado. No descanso, rabiscava lá na terra mesmo as contas da escola, não gostava muito de decoreba, gostava da folha clipada, e lápis pra rabiscar, escrever, e desenhar. Porque lá nas grimpas dos morros, sentado em alguma pedra, é que gostava de ler seu gibi, que já trazia dobradinho no bolso de trás do short bem poído na bunda. Hei moleque … que já se tornando garoto maior ía deixando suas riquezas, distribuindo as incontáveis bolinhas-de-gude da lata de manteiga de 3 litros; e até da lata de leite em pó só de “olhinho-de-teco”; e a mala de gibis ía ficando pra lá também, como os caquinhos separados pras “amarelinhas”; porque agora quando ía pra escola dava-se conta de que torcia pras ventanias serem “legais” levantando as saias das meninas. E ele dava um jeito com a pasta, para não ficar avechado quando elas riam do cabo do estilingue esticado, “nervoso“, dentro do bolso; “Moleque rebelde, de pirú duro!”.
Agora, o “enfezado garoto” trazia um senso de amizade; porque a memória excelente, acuidade nos detalhes dos problemas, traziam-lhe atenção com a galera das dificuldades nas turmas da escola, e de vez em quando um beijo agradecido o surpreendia, ou uma vez na raquete de ping-pong. O jovem rebelde ganhava a inspiração para amar os outros no dia-a-dia, nos encontros de tarefas, no viver.
O Dossiê Haddammann - Parte 5
Muito bem. Daí rola a bola. Dos quatorze em diante o “muleque” prepara um trabalho extraordinário, "supimpa". E quando está prontinho, tinindo, pra todos usufruírem à vontade dos benefícios dele; aí chegam os Canalhas …
Segue …
Haddammann Veron Sinn-Klyss
segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

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